Historial
É rica a história da zona onde se encontra situada a Quinta de São José de Peramanca e da qual esta recebe o nome.
SÉC. II A.C.
Ocupação Romana, tendo sido criada a província da Lusitânia.
Primeiros relatos históricos da produção de vinho na região em que se situa a Quinta de São José de Peramanca.
Primeiros relatos históricos da produção de vinho na região em que se situa a Quinta de São José de Peramanca.
SÉC. XII
Independência de Portugal do Reino de Castela, nesta altura houve um forte incentivo ao cultivo da vinha na região circundante à cidade de Évora.
SÉC. XIII
D. Afonso II (1211-1223) manda plantar vinhas junto ao ribeiro de Peramanca, tendo descoberto um terroir único para a produção de vinho de excelência.
SÉC. XIV
A Dinastia de Aviz, elege o vinho destas terras como um dos favoritos da Corte.
Na famosa crónica de André de Resende sobre o casamento do príncipe, encontra-se um relato da preferência do rei D. João II por este vinho para a boda de casamento do seu filho - vinho de "pera manca e outros bons que houvesse no concelho".
Na famosa crónica de André de Resende sobre o casamento do príncipe, encontra-se um relato da preferência do rei D. João II por este vinho para a boda de casamento do seu filho - vinho de "pera manca e outros bons que houvesse no concelho".
Entre os séculos XIV a XVI o vinho destas terras torna-se popular junto dos negociantes bretões que apreciavam bastante os vinhos desta região.
SÉC. XV
As vinhas que circundam a cidade de Évora ganham reconhecimento junto do poder real e da Igreja, contribuindo positivamente para o desenvolvimento económico da região de Évora até ao séc. XVII.
SÉC. XVI
D. Manuel I escolhe o vinho desta região para embarcar nas caravelas com a recomendação de "ser bebido apenas pelo capitão e seus pares e constituir oferta para os povos que fossem encontrar".
Na carta de Achamento do Brasil, Pedro Vaz de Caminha menciona o agrado dos indígenas ao beberem o vinho oferecido pelos portugueses, pelo que se diz, ainda hoje no Brasil, que este é o vinho levado por Pedro Álvares Cabral.
É também neste século que a referência aos vinhos destas terras surge inscrito pela primeira vez na história de Portugal.
Duarte Nunes de Leão, refere-se, assim, na sua obra Descrição do Reino de Portugal "Em Alemtejo há os vinhos da cidade de Évora, de que sao mui estimados os de Peramanca em sabor e subsistência: dos quais dizia um grande médico que, por sere mui amigos do estômago e da natureza, tanta força poem em um copo como pão, vinho e carne de outras partes".
No final deste século, em 1590, Manoel Luis, Luis Mendes de Vasconcellos e outros estudantes da Universidade de Évora cantam este vinho na "Paródia Bácchica" ao canto I d'Os Lusíadas:
"Borrachos, borrachões assinalados,
Que d'Alcochete junto a Villa Franca,
Por mares nunca dantes despejados
Passaram ainda além de Peramanca
Em pagodes e ceias esforçados
Mais do que permitia a gente branca,
em Évora cidade se alojaram
Onde pipas e quartos despejaram."
Na carta de Achamento do Brasil, Pedro Vaz de Caminha menciona o agrado dos indígenas ao beberem o vinho oferecido pelos portugueses, pelo que se diz, ainda hoje no Brasil, que este é o vinho levado por Pedro Álvares Cabral.
É também neste século que a referência aos vinhos destas terras surge inscrito pela primeira vez na história de Portugal.
Duarte Nunes de Leão, refere-se, assim, na sua obra Descrição do Reino de Portugal "Em Alemtejo há os vinhos da cidade de Évora, de que sao mui estimados os de Peramanca em sabor e subsistência: dos quais dizia um grande médico que, por sere mui amigos do estômago e da natureza, tanta força poem em um copo como pão, vinho e carne de outras partes".
No final deste século, em 1590, Manoel Luis, Luis Mendes de Vasconcellos e outros estudantes da Universidade de Évora cantam este vinho na "Paródia Bácchica" ao canto I d'Os Lusíadas:
"Borrachos, borrachões assinalados,
Que d'Alcochete junto a Villa Franca,
Por mares nunca dantes despejados
Passaram ainda além de Peramanca
Em pagodes e ceias esforçados
Mais do que permitia a gente branca,
em Évora cidade se alojaram
Onde pipas e quartos despejaram."
SÉC. XVII
A Dinastia de Bragança elege os vinhos desta região como um dos favoritos da Corte. Conta-se que D. João IV, fundador da dinastia, privilegiava os vinhos desta região específica nos famosos banquetes em Vila Viçosa e Vila Boim.
Já no reinado de D. João V, o vinho desta região é classificado pelo famoso cozinheiro Vicent la Chapelle “tão bom como qualquer vinho francês que fosse bom”. Esta apreciação leva o monarca a determinar que os vinhos dos terrenos que circundam a cidade de Évora, designados na altura como das terras de Peramanca sejam produzidos apenas para consumo real.
É construída a Capela de São José de Peramanca na própria Quinta. Túlio Espanca, na obra Património Artístico do Concelho de Évora, diz a seu a propósito: “Não é anterior ao 1º quartel do séc. XVII e foi construída em terras realengas onde, durante centúrias se havia experimentado, com frutos celebrizados o vinho de Peramanca, que é citado nas crónicas quinhentistas e se exportava, largamente, nas esquadras portuguesas em demanda das terras ultramarinas”
É construída a Capela de São José de Peramanca na própria Quinta. Túlio Espanca, na obra Património Artístico do Concelho de Évora, diz a seu a propósito: “Não é anterior ao 1º quartel do séc. XVII e foi construída em terras realengas onde, durante centúrias se havia experimentado, com frutos celebrizados o vinho de Peramanca, que é citado nas crónicas quinhentistas e se exportava, largamente, nas esquadras portuguesas em demanda das terras ultramarinas”
SÉC. XVIII
Os vinhos desta região específica são dos poucos vinhos a manter o seu estatuto de real qualidade, apesar das severas perseguições religiosas e expulsão dos Jesuítas terem um forte impacto negativo nas vinhas de Évora e da preferência dos importadores se alterar para os vinhos negros e alcoólicos do Douro.
SÉC. XIX
Em 1900, a qualidade dos vinhos desta região específica é mencionada e comparada aos melhores vinhos franceses numa publicação preparada para a Exposição Universal de Paris. Pode ler-se nessa publicação: “Os vinhos de Peramanca, os brancos, principalmente, são notáveis, leves, delicados, agradáveis ao paladar e possuidores de bouquet. Muitos os compararam ao Sauterne e ao Barsac” lia-se na publicação.
Os vinhos produzidos na região que circunda Évora a Ocidente ganham novamente destaque internacional, ao terem recebido várias medalhas em concursos, nomeadamente ouro em Bordéus.
SÉC. XX
Em 1913, o bisavô de João Grave adquire a Quinta de São José de Peramanca.
Desde então o enorme casario e parte dos terrenos à sua volta tornam-se propriedade da família Grave.
Desde então o enorme casario e parte dos terrenos à sua volta tornam-se propriedade da família Grave.
SÉC. XXI - O RECOMEÇO DA HISTÓRIA
Depois de quase um século de interrupção, João Grave decide regressar às origens produtivas desta terra e em 2003 são plantadas as primeiras vinhas, em 2005 engarrafado o primeiro vinho Pêra-Grave.
Os vinhos Pêra-Grave ganham prémios e medalhas em concursos internacionais. Atualmente a vinha está totalmente plantada, cerca de 15,5 hectares, 14 deles de uva tinta e 1,5 de branca.